sexta-feira, 25 de maio de 2012

Arq. Gonçalo Ribeiro Telles



















Um visionário. O «jardineiro de Deus», como Eduardo Lourenço tão propriamente lhe chamou. Este Homem extraordinário completa hoje 90 anos. 

O poder caduco de Almada não o suporta. Já ousaram atacá-lo na Assembleia Municipal. Esta gente que não tem um pingo de amor pela sua terra e que fez o seu percurso de braço dado com a especulação imobiliária não tolera a integridade de uma vida e a sabedoria das palavras. 

NÃO!

O Tribunal de Almada anulou esta semana a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) para a construção da estrada regional 377-2, de ligação da Costa de Caparica à Fonte da Telha.

Depois das intervenções do senhor Provedor de Justiça e da decisão da senhora ministra, esta sentença judicial é mais uma contribuição para aqueles que sempre acreditaram que poderiam vencer este crime.

Curiosamente, no momento em que o Tribunal anula a declaração de impacto ambiental da ER 377-2, o inefável presidente da Junta da Costa da Caparica, em declarações ao Correio da Manhã, insiste em obras que atentam contra património natural, agrícola e paisagístico do concelho e do país. Depois das infelizes declarações do Deputado Nuno Matias, PCP e PSD continuam de mãos dadas pelo betão no concelho de Almada. 

Tem sido um percurso muito duro. Não é fácil enfrentar a especulção imobiliária e o poder instalado, que usou tudo, até a mentira, para prosseguir os seus intentos. Como estão vivas as palavras duras do Dr. Miguel Sousa Tavares: «Acuso esta gente que só sabe governar para eleições, que não tem sequer amor algum à terra que os viu nascer, que enche a boca de palavrões tais como "preservação do ambiente" e "crescimento sustentado" e que não é mais do que baba nas suas bocas, de serem os piores inimigos que o país tem. Gente que não ama Portugal, que não respeita o que herdou, que não tem vergonha do que vai deixar.»  

Faz um ano que a Senhora Presidente da Cãmara perdeu a compostura, quando apresentei uma declaração política sobre a estrada na Assembleia Municipal.

Pouco tempo antes, foi preciso chamar as coisas pelo nome certo, num país que começa a estar tristemente habituado ao lodaçal dos compromissos tíbios, a que chamam por vezes «oposição construtiva».

Faz dois anos que, numa atitude inaceitável num estado de direito, a Câmara Municipal de Almada ocupou terras agrícolas à força e destruiu propriedade privada, sendo mais tarde acusada pelo tribunal de esbulho violento.

Faz dois anos e meio que maioria comunista e oposição oportunista se uniram para rejeitar um Projecto de Deliberação do CDS que visava a protecção das terras atingidas.

Chamei à ER 377-2 a Estrada da Vergonha. Cada vez mais tenho convicção de que o nome só peca por candura. Mas valeu a pena o cansaço, as aparentes derrotas, até os insultos.

Valeu a pena esta luta que uniu agricultores, o Movimento de Cidadãos Uma Charneca para as Pessoas, políticos do CDS, munícipes e especialistas de elevada estatura científica como o Arq. Gonçalo Ribeiro Telles e o Prof. Eugénio Sequeira.

Valeu a pena a acusação rancorosa no Boletim Municipal por ter sido, há quase uma década, o único deputado municipal que impediu a unanimidade em torno do Programa Polis, onde esta estrada já estava contemplada.

Permitam-me uma nota pessoal. Se mais não houvesse, só por ter contribuído para a preservação deste património, a minha entrada na vida política teria valido a pena. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Como anda a Câmara de Almada a esbanjar o dinheiro dos contribuintes (parte 4)

REQUERIMENTO

Exmo. Senhor
Presidente da Assembleia Municipal de Almada
 
O Município de Almada procedeu a dois ajustes directos, registados com os números 377936 e 380343, nos valores de 48286,50 e 30.581,45 euros, à PT Prime, nos dias 21 de Novembro e 6 de Dezembro de 2011, para quadros interactivos.

Ao abrigo das disposições legais e regimentais, venho solicitar à Senhora Presidente da Câmara Municipal de Almada resposta clara e completa às seguintes questões.

a) Os quadros interactivos destinaram-se a escolas? Se afirmativo, a que escolas?

b) Por que razão foram feitos dois ajustes directos, apenas com 15 dias de diferença?

c) Em que razões pedagógicas se fundamentou a decisão de aquisição dos quadros pela Câmara Municipal de Almada? 

d) Quais os critérios de escolha da empresa?

e) Entende a Senhora Presidente da Câmara Municipal de Almada que esta é uma despesa prioritária, tendo em conta carências aparentemente mais urgentes das escolas do concelho?


Almada, 29 de Fevereiro de 2012

Fernando Sousa da Pena

Deputado Municipal do CDS-PP