sábado, 26 de fevereiro de 2011

Há coincidências...

No dia 20 de Dezembro de 2010, o Regimento da Assembleia Municipal de Almada foi atropelado de uma forma que envergonha a vida pública no nosso concelho. Designadamente, a reunião foi prolongada para lá da hora regulamentar (primeira irregularidade) para discutir um ponto fora da ordem do dia (segunda irregularidade). Pormenores em http://almadaxxi.blogspot.com/2010/12/afinal-ainda-ha-margem-para-surpresas.html

A versão preliminar da acta da reunião não regista a interpelação à mesa que fiz no sentido de ver encerrada a reunião (dada a hora), nem a resposta negativa e sem fundamentação regimental do Presidente. Coincidências...

Por outra fantástica coincidência, este projecto de acta (nº 4) não foi enviado a nenhum dos deputados municipais do CDS juntamente com os números 2, 3 e 5. Quando se tentava aprovar estas actas no burburinho final da reunião de ontem (25 de Fevereiro), depois da observação da nossa bancada acabou por prevalecer o bom senso e as gravações vão ser ouvidas de novo.

Esperemos que não haja mais coincidência bizarras nesta espécie de democracia almadense.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

As brincadeiras do Bloco de Esquerda

COMUNICADO
1. O Bloco de Esquerda anunciou a apresentação de uma moção de censura ao Governo. Rapidamente se percebeu que era teatro.
2. Na verdade o anúncio foi seguido por uma bizarra sucessão de declarações de dirigentes do Bloco de Esquerda, segundo as quais a referida moção não tem por objectivo a queda do Primeiro-Ministro, não visa a substituição do Governo, nem pretende devolver a palavra aos Portugueses, mediante eleições.
3. Acresce que o Bloco de Esquerda não só não procurou apoios para a sua moção, como, estranhamente, se desdobrou em afirmações contra os partidos da oposição que a podiam aprovar.
4. Os cidadãos condenam – e com razão – a ausência de sinceridade no discurso político. O Bloco de Esquerda diz que quer censurar José Sócrates, mas afinal quer mantê-lo no poder; sabe que precisa de apoios para a sua iniciativa, mas afasta-os.
5. Para um Partido que se apresentou aos Portugueses como novo, diferente e arrojado, o Bloco de Esquerda revela outra natureza e recorre assim ao que há de mais “politiqueiro” na política velha.
6. A doutrina do CDS era pública antes desta iniciativa. As moções de censura não devem ser tácticas, tantas são as dificuldades que tantos Portugueses atravessam. Por isso, só interessam as que promovam uma mudança política efectiva. Se o Bloco de Esquerda não quer substituir José Sócrates, está a fazer-lhe, provisoriamente, um favor.
7. Quando anunciou a moção, o Bloco de Esquerda conhecia o nosso pensamento. Se não fossem sectários, se quisessem mesmo dar aos Portugueses o direito democrático de se desembaraçar deste Primeiro-Ministro, sabiam que teriam uma reacção positiva da nossa parte. Deliberadamente, não a quiseram.
Fica até a ideia de que, se o CDS ou porventura o PSD votassem favoravelmente a moção, o Bloco correria aflito a retirá-la, o que revela o pouco alcance e a inconsistência da mesma.
8. O CDS, evidentemente, desvaloriza uma moção de censura que não é a sério. A abstenção é o voto possível.
9. O CDS, consciente das responsabilidades que tem, reafirma que está disponível para avaliar favoravelmente iniciativas que não sejam sectárias nem tácticas.
10. O CDS reserva-se o direito, de como está escrito no Documento de Orientação Política sufragado pelos seus militantes, tomar iniciativas sérias e consensuais que promovam efectivamente a mudança de ciclo político, a saída do Primeiro-Ministro, e o termo desta política.
Gabinete da Presidência
Lisboa, 14 Fevereiro 2011

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Quem cala consente?

Perguntas colocadas pelo CDS à Presidente da Câmara Municipal de Almada na Assembleia Municipal Extraordinária de 4 de Fevereiro:

1-Senhora Presidente, confirma que houve buscas da Polícia Judiciária às instalações dos SMAS no passado dia 13 de Janeiro?

2- Senhora Presidente, confirma que se deslocaram às instalações dos SMAS 14 inspectores da Polícia Judicária?

3- Senhora Presidente, confirma que houve a apreensão de documentos relacionados com processos de admissão de pessoal e aquisição de bens e serviços?

4- Senhora Presidente, reconhece a prática de crimes de favorecimento de pessoas e empresas e enriquecimento ilícito de familiares de autarcas?

5- Senhora Presidente, subscreve a classificação de «normal» a esta acção da Polícia Judiciária?

6- Senhora Presidente, confirma que foi interrogada no dia 1 de Fevereiro pela Polícia Judiciária?

A Presidente Maria Emília não cumpriu o seu dever de esclarecer a Assembleia e os cidadãos de Almada perante notícias tão inquietantes. Antes, enveredou por uma teoria de conspiração histriónica e lançou acusações de «complô organizado», «terrorismo político» e «acto antidemocrático».

A degradação da vida política no concelho é cada vez mais preocupante, e só surpreende a passividade quase patética de uma oposição anestesiada ou comprometida.