quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

As brincadeiras do Bloco de Esquerda

COMUNICADO
1. O Bloco de Esquerda anunciou a apresentação de uma moção de censura ao Governo. Rapidamente se percebeu que era teatro.
2. Na verdade o anúncio foi seguido por uma bizarra sucessão de declarações de dirigentes do Bloco de Esquerda, segundo as quais a referida moção não tem por objectivo a queda do Primeiro-Ministro, não visa a substituição do Governo, nem pretende devolver a palavra aos Portugueses, mediante eleições.
3. Acresce que o Bloco de Esquerda não só não procurou apoios para a sua moção, como, estranhamente, se desdobrou em afirmações contra os partidos da oposição que a podiam aprovar.
4. Os cidadãos condenam – e com razão – a ausência de sinceridade no discurso político. O Bloco de Esquerda diz que quer censurar José Sócrates, mas afinal quer mantê-lo no poder; sabe que precisa de apoios para a sua iniciativa, mas afasta-os.
5. Para um Partido que se apresentou aos Portugueses como novo, diferente e arrojado, o Bloco de Esquerda revela outra natureza e recorre assim ao que há de mais “politiqueiro” na política velha.
6. A doutrina do CDS era pública antes desta iniciativa. As moções de censura não devem ser tácticas, tantas são as dificuldades que tantos Portugueses atravessam. Por isso, só interessam as que promovam uma mudança política efectiva. Se o Bloco de Esquerda não quer substituir José Sócrates, está a fazer-lhe, provisoriamente, um favor.
7. Quando anunciou a moção, o Bloco de Esquerda conhecia o nosso pensamento. Se não fossem sectários, se quisessem mesmo dar aos Portugueses o direito democrático de se desembaraçar deste Primeiro-Ministro, sabiam que teriam uma reacção positiva da nossa parte. Deliberadamente, não a quiseram.
Fica até a ideia de que, se o CDS ou porventura o PSD votassem favoravelmente a moção, o Bloco correria aflito a retirá-la, o que revela o pouco alcance e a inconsistência da mesma.
8. O CDS, evidentemente, desvaloriza uma moção de censura que não é a sério. A abstenção é o voto possível.
9. O CDS, consciente das responsabilidades que tem, reafirma que está disponível para avaliar favoravelmente iniciativas que não sejam sectárias nem tácticas.
10. O CDS reserva-se o direito, de como está escrito no Documento de Orientação Política sufragado pelos seus militantes, tomar iniciativas sérias e consensuais que promovam efectivamente a mudança de ciclo político, a saída do Primeiro-Ministro, e o termo desta política.
Gabinete da Presidência
Lisboa, 14 Fevereiro 2011

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