Uma Assembleia Municipal nunca deveria aprovar um texto institucional que acusa a administração de uma empresa privada de «auto-sabotagem financeira». Em primeiro lugar, é uma acusação grave, que me parece até passível de procedimento criminal, e que os eleitos não têm competência para avaliar. Em segundo lugar, a instituição tem de se dar ao respeito, e uma linguagem carroceira é desprestigiante.
Aconteceu em Almada, e só o Grupo Municipal do CDS se opôs a esta grosseria. Note-se que não se trata do uso de expressões mais duras durante o debate político, mas de uma moção ponderada e devidamente preparada. O direito de expressão e a preocupação legítima com a situação das pessoas atingidas não pode ser confundido com uma forma totalmente inapropriada de um órgão autárquico se pronunciar.