Senhor Presidente da Assembleia Municipal
Senhora Presidente da Câmara Municipal
Senhores Vereadores
Senhores Deputados Municipais
Estimados Munícipes,
Estamos hoje aqui reunidos para discutir o modelo de funcionamento da Ecalma, Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada.
Começo por uma declaração de princípio: o CDS nunca foi favorável à sua criação, receando que ela viesse a tornar-se numa agência de emprego para clientelas partidárias e num exercício de perseguição aos cidadãos com automóvel. Mas nunca pensámos a medida em que o futuro nos viria a dar razão.
De forma clara e coerente, defendemos no programa eleitoral a sua extinção, consumada que foi a evidência da sua inutilidade e impertinência. E sempre votámos de forma consistente com a proposta que apresentámos aos almadenses. Hoje pedem-nos que discutamos o modelo de funcionamento de algo cuja existência não merece a nossa aprovação. É um exercício difícil.
Uma empresa municipal num concelho cuja administração de recursos humanos está tão cheia de irregularidades, favorecimentos e injustiças, só poderia ser uma central de empregos do aparelho comunista.
Uma empresa de estacionamento e circulação num concelho com um plano de mobilidade alucinado, irracional e incompetente só poderia ser um sorvedouro de dinheiro dos contribuintes.
O registo do que tem sido a Ecalma no quotidiano dos almadenses, dos visitantes e do comércio encarregou-se de mostrar com meridiana clareza que o CDS tinha - e tem - razão.
Ao longo destes anos, a actuação da Ecalma revelou-se desequilibrada e parcial. Alguns condutores foram pessoalmente perseguidos, enquanto para outros se fecha sucessivamente os olhos. Alguns carros foram autuados precisamente no instante em que estavam a centenas de quilómetros de Almada. Outros foram considerados arbitrariamente em fim de vida e rebocados como tal de forma abusiva. Incentivos para abate foram desviados dos proprietários para a empresa. Bloqueios de veículos intempestivos e injustificados ultrapassaram o razoável.
Alega-se que a Ecalma surgiu para disciplinar os abusos dos condutores. Puro engano. A esmagadora maioria das autuações ocorreu por estacionamento irregular em zona de residentes, durante o horário laboral, precisamente quando o automóvel estacionado não causava dano, empecilho ou prejuízo. Será preciso maior testemunho de que a Ecalma actua com o fim primeiro de gerar receitas fáceis à custa dos cidadãos?
Não esqueçamos, ainda, que esta empresa surgiu em sequência de um plano de mobilidade que, mais do que incompetente, é uma teimosia da Câmara Municipal que raia o limite do disparate. Não fossem as lamentáveis consequências para a vida da cidade, para o comércio e para as famílias, esta seria uma comédia burlesca.
Uma zona alegadamente pedonal em que tudo circula e em que a integridade física dos transeuntes está permanentemente em risco, o encerramento do único eixo que atravessa o centro da cidade, o tempo de espera em filas intermináveis, um modelo de circulação e estacionamento histriónico que expulsa os munícipes e repele os visitantes, as mudanças sucessivas de decisões, ou um sistema de semáforos desesperante, juntam-se a um empresa municipal que nada mais serve do que uma maioria comunista que há tanto tempo desistiu de Almada.
O CDS não acha que a Ecalma tenha remédio. E desafia os partidos da oposição a terem uma posição consistente. Não se entende como se tem um candidato a Presidente da Câmara a defender o fim da empresa e um grupo municipal a dizer-nos, como hoje, que é só o funcionamento que tem de mudar. Não é compreensível que se proponha a extinção da empresa na Assembleia Municipal e se viabilize na Câmara o seu Plano de Actividades.
E para que dúvidas não subsistam, o CDS tem alternativas. Disciplinar o trânsito é um propósito essencial a qualquer cidade. A educação do civismo deve ser uma luta quotidiana de uma Autarquia. Mas um corpo de Polícia Municipal independente de aparelhos partidários asseguraria a gestão do trânsito, garantiria o cumprimento dos regulamentos municipais e seria uma mais-valia para a segurança da população, da propriedade e da qualidade do espaço público.
Um espaço público hoje deserto - com a população empurrada para o centro comercial - degradado, sujo, vandalizado, grafitado, inseguro, com que não nos conformamos. A cidade tem de ser devolvida aos seus habitantes e atractiva para quem a visita. Sem utopias que, ao contrário do que hoje aqui se afirmou, não estão de todo na ordem do dia de modernas cidades europeias comparáveis a Almada. Mais um engano que a maioria comunista nos quer fazer tomar como certo.
Há soluções. Mas essas requerem uma outra visão de cidade incompatível com modelos de desenvolvimento urbano assentes em betão, complexos ideológicos, propaganda e trocas de favores. O CDS continuará a lutar para restituir a Almada a dignidade e a esperança que o seu potencial geográfico, paisagístico e humano merecem.
4 comentários:
Parabens. Vale a pena ter oposição assim em Almada.
Muito bem Sr. Pena continue assim quem me dera que todos tivessem a sua cotragem e frontalidade. È um grande homem gosto muito de o ouvir na assembleia municipal, não pare e lembre-se que apesar dos insultos daquela gente não pare porque tem tambem muitas pessoas que o apoiam e gostam de o ouvir.
Um forte abraço e não pare.
Muito obrigado pelas palavras de incentivo. Temos todos de nos unir contra esta máquina trituradora que a Câmara Municipal de Almada criou em 35 anos de poder comunista.
Máquina trituradora que tem contado com a colaboração do PS, do PSD e do BE.
Temos de reconhecer. Não esqueçamos.
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