quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Tempos modernos

Com a devida vénia, transcrevo abaixo o texto Homo sapiens gay, cujo original pode ser lido em http://oinimputavel.blogspot.com/2009/12/homo-sapiens-gay.html. Confesso que começo a estar cansado dos argumentos de uma minoria que quer ver as suas escolhas erradas plasmadas em lei. Mas, já agora, sejam consequentes. Permitam tudo.

Casamentos gay, casamentos do pai com a filha, casamentos de uma mulher com cinco homens, casamentos de um homem com a irmã, o primo dela e um porquinho-da-Índia. Permitam inseminação artificial para dar filhos a todas estas formas modernas de viver a felicidade, filhos que já não fruto do amor mas produtos dos caprichos dos adultos. Permitam mesmo a pedofilia, para não embaraçar os tribunais. Tudo isto é Portugal do novo milénio! Não se pode mesmo é fumar, que é um acto que destrói a civilização.

Parafraseando Chesterton, quem ataca a família não sabe o que faz, porque não sabe o que desfaz. Os tempos são, efectivamente, de «regresso à escuridão da caverna».



Homo sapiens gay
Criou-se a ideia errada de que existe um segunda espécie humana. Não se trata de homens e mulheres, dignos representantes do Homo sapiens, mas de uma outra forma humana que esteve olvidada e injustamente ostracizada pela sociedade ao longo dos tempos. Esta “espécie humana” distingue-se das outras, não pelo tamanho do crânio, cor dos olhos, cor da pele, da forma como se reproduz, ou de qualquer outra característica morfológica, mas pelo modo como decidiu viver na intimidade a sua sexualidade.
O Homo sapiens gay habitualmente reage com agressividade e violência à opinião contrária, vendo nela sempre um sinal persecutório. Neste caso, esta espécie sobrevaloriza a sua própria importância, entendendo que as suas ideias são as únicas correctas e as opiniões por si expressadas não podem ser contestadas. Presentemente o Homo sapiens gay deseja ardentemente casar entre si, reclamando um estatuto igual ao Homo sapiens para uma condição intrinsecamente diferente. Mas quando se procura debater a necessidade de lhe conferir direitos especiais, o Homo sapiens gay adopta frequentemente o papel de vítima, remetendo o interlocutor para o papel de agressor. Portanto, o Homo sapiens gay é desconfiado relativamente ao Homo sapiens, mas não se coíbe de o doutrinar, manipular − a pretexto da sã convivência entre as duas espécies − e de o recrutar desde tenra idade nas escolas, usando para o efeito a educação sexual.
O Homo sapiens gay é invasivo porque infiltrou e tomou conta da comunicação social com o propósito de preparar o caminho para a sua missão envangelizadora: espalhar a doutrina gay. Simultaneamente, o Homo sapiens gay é inflexível e intolerante porque não aceita o diálogo e não admite uma opinião contrária à sua. Exige, de forma inabalável, que o Homo sapiens lhe reconheça especiais direitos, entre os quais o direito a ter aquilo que a natureza da sua escolha lhe negou: a reprodução. Atendendo a esta reivindicação, os filhos do Homo sapiens serão adoptados pelo Homo sapiens gay, numa espécie de oferenda e reconhecimento à sua superior capacidade de amar.
O Homo sapiens gay tem a crença de estar a ser explorado ou prejudicado pelo Homo sapiens em diversas áreas da sociedade, aspirando por isso a um estatuto especial; aspirando com o tempo a obter quotas de representatividade da sua espécie. O Homo sapiens gay é ambicioso e quer tudo. Tem uma postura reivindicativa permanente, transformando-o facilmente num fanático disposto a qualquer coisa para fazer valer a suas ideias, até à vitória final: o reconhecimento, por parte do Homo sapiens, do seu estado superior de evolução.
O Homo sapiens gay é uma falácia e não existe, configurando a maior aldrabice dos tempos modernos. Esta é uma manipulação malévola que tem como único objectivo confundir e instigar o nosso regresso à escuridão; o regresso à escuridão da caverna.

10 comentários:

belard disse...

Dedique-se lá à Matemática e a Almada, e deixe as escolhas dos outros a quem competem: aos outros.

Fernando Sousa da Pena disse...

Já lá vão tempos em que nos queriam calar à força. Mas era o que faltava. Dedico-me exactamente ao que acho que devo. E tenho opinião por enquanto mais ou menos livre, neste país cada vez mais submetido à tirania da cultura gay.

Escolhas dos outros? Sejam livres de se meterem na cama com quem quiserem. Não nos impinjam é isso como um modo de vida a ser reconhecido pela sociedade. E essa escolha não compete só... aos outros.

É um modelo civilizacional que está em causa. E não vou assistir à sua destruição calado.

Anónimo disse...

A grosseria começa também a aparecer neste blog. Mas quem é o/a Belard? O autor do blog não tem direito à liberdade de expressão?

belard disse...

Podia tê-lo dito de outra maneira, e não tinha intenção de o mandar calar ou de ser grosseiro. Por esse facto peço desculpa.

Mas a minha opinião mantém-se: Tem direito à opinião que entender sobre as modificações que se façam à lei sobre este ponto.

No entanto, chamar "erradas" às escolhas pessoais que os outros fazem em proveito ou detrimento deles próprios parece-me uma coisa um pouco presunçosa.
E colar isso ao facto de serem uma minoria é, no mínimo, fanático, especialmente de um candidato de um partido que tem "Democrático" no nome.

Já agora, chamo-me Francisco e sou um estudante de Lisboa. E o/a Anónimo, quem é?

Cordialmente,
Francisco Belard

João Noronha disse...

Gostei do que li amigo Pena. Continua que tu sabes o que escreves e defendes, Abraço.
Dá uma visita ao blog do Seixal:CDSPPseixal.blogspot.com

belard disse...

O paladino da liberdade de expressão rejeita comentários desconfortáveis. Um clássico.

Fernando Sousa da Pena disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando Sousa da Pena disse...

Caro Francisco,

Tirou conclusões precipitadas. Nem sempre os deveres profissionais e familiares me permitem a actualização do blogue no tempo desejado.

Quanto à matéria em discussão, o problema central não é ser uma minoria, mas a adulteração grosseira de um conceito milenar, célula fundamental da nossa civilização. Porque se hoje aceitamos que o casamento se estenda a homossexuais, não há razão nenhuma para que o neguemos a outras pessoas com igual dignidade. E assim, que argumento terá para recusar casamentos incestuosos ou poligâmicos?

Esta lei não protege escolhas. Trata de modo igual coisas que são visceralmente diferentes.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Pedofilia é um Distúrbio de conduta sexual, onde o indivíduo adulto sente desejo compulsivo, de carácter homossexual (quando envolve meninos) ou heterossexual (quando envolve meninas), por crianças ou pré-adolescentes.
E homossexualismo não será também um distúrbio de conduta sexual?
Deixo esta pergunta para reflexão.

Cumprimentos

Duarte

Fernando Sousa da Pena disse...

«A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril. A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nitezsche.

A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado. Sócrates e Santos não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro.

Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida. O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência.

Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer. Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã.

E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime. O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos.»

Mário Crespo