Artigo publicado no Notícias de Amada
No momento em que escrevo este texto, a Comissão Política Concelhia do CDS-PP terá sido recebida pela Presidente da Câmara Municipal de Almada, ao abrigo do Estatuto da Oposição. Discute-se o orçamento municipal do próximo ano. Se seguir o exemplo de outros anos, este encontro é um mero formalismo legal e, a esta hora, já alguma solução de aprovação terá sido cozinhada com um outro partido da vereação.
Mais ou menos à vez, Bloco de Esquerda, PS e PSD encarregam-se de ser uma oposição subserviente à voz da dona, disfarçada pelo adjectivo «construtiva». Assim tem sido com o orçamento, com as contas, com os planos do betão, com a Ecalma, com o saque à paisagem, com os recursos humanos, e a lista facilmente continuaria.
Fiel ao Programa Eleitoral que apresentou aos almadenses, o CDS identifica cinco medidas que considera essenciais para o Orçamento de2011.
Numa situação social de emergência, são os idosos aqueles que mais sofrem em silêncio. Tantas vezes marginalizados por uma cultura da juventude, isolados, prisioneiros em suas casas, privados de conforto material e humano, necessitam das autoridades públicas atenção prioritária. O CDS propõe uma redução drástica da despesa do município em propaganda, festas, brindes e outras acções de promoção, em favor do reforço do cuidado com a população idosa. Assistência de enfermagem e aquisição de medicamentos, apoio doméstico para compras e pequenas reparações, parcerias de voluntariado e assistência energética e de climatização são aspectos que facilmente se entende estarem à frente da oferta de relógios, dos inúmeros jantares e dos caríssimos anúncios de televisão que esta Câmara habitualmente promove.
Em segundo lugar, reconhece-se em todo o concelho a falência da limpeza do espaço público. Algumas freguesias, como a Charneca, são vítimas gritantes de uma Câmara que parece ter desistido de Almada. O reforço orçamental e técnico da limpeza urbana e um plano de combate a graffiti e tags é urgente, embora constitua apenas um pequeno passo na devolução das ruas aos cidadãos.
O CDS não abdica também da protecção integral da vocação agrícola das Terras da Costa e da paisagem magnífica da Arriba Fóssil e da Mata dos Medos. Já muito se escreveu e discutiu, mas não se compreende que, às portas da Europa civilizada, um concelho insista em planos de betão e alcatrão sobre o seu património mais rico.
Outra medida urgente é a regeneração de todo o Vale da Sobreda, que vive uma situação de indigência que afronta a dignidade humana. A Câmara Municipal voltou as costas à vergonha que, em Almada, deixou crescer à margem dos spots televisivos e dos boletins municipais com que procura comprar o voto dos almadenses.
Por fim, o CDS entende como prioritária a definição de uma política municipal que seja amiga das famílias e da maternidade. Intermediária entre o indivíduo e a sociedade, a família é essencial na criação de uma civilização de vida e humanidade. A autarquia, conhecedora da realidade local, deverá impulsionar essa responsabilidade fulcral para o futuro.
O CDS sabe o que quer. Para memória futura, ficam aqui cinco propostas para 2011 que, estamos em crer, fariam toda a diferença.
2 comentários:
Uma relevante contribuição da Dra. Helena de Brito, em http://helenabrito.blogspot.com/2010/11/li-atentamente-o-seu-artigo-sobre-as.html
Para o futuro ficará bem registado o que cada um defende como prioritário. Cumprimentos pela coerência e pelas prioridades traçadas.
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