ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALMADA
PROJECTO DE DELIBERAÇÃO
Uma comunidade integrada e integradora é um aspecto fundamental que suporta o carácter atractivo de uma cidade. Numa comunidade integrada as pessoas participam por igual e sem distinção de obrigações e direitos de cidadania, evitando-se a exclusão de uma parte da população do processo de desenvolvimento e bem-estar.
Num momento em que uma crise económica significa naturalmente uma crise social, são muitas vezes os cidadãos idosos que estão mais vulneráveis. Dizia o Padre Américo que pior que não ter onde viver é não ter onde morrer. O abandono de quem se entregou toda a vida aos outros, a indignidade de condições de vida miseráveis, a incapacidade de executar tarefas aparentemente triviais, a solidão como única companheira no encontro com a morte, são um drama pesado que não podemos ignorar.
O abandono dos idosos mostra a falência da família, da vizinhança e da comunidade. É certo que os centros de convívio, alguns serviços de apoio domiciliário, a rede de cuidados continuados integrados e a acção social mostram uma atenção imprescindível das Instituições de Solidariedade aos mais velhos. Mas elas não chegam a todas as necessidades nem dispensam outros planos de actuação.
A este quadro podemos juntar atitudes e práticas negativas da sociedade relativamente a estas pessoas, por estereótipos interiorizados, preconceitos generalizados ou discriminação activa, às vezes sob a forma de violência física e moral.
Com a sabedoria conquistada na vida e com a serenidade que a idade proporciona, os velhos merecem ser ouvidos e são credores de acompanhamento, respeito e gratidão. Para lá de condições de vida independente e digna, no ambiente que construíram e entre aqueles que amam, a comunidade deve proporcionar-lhes oportunidades para valorizar as suas experiências e para partilhar os seus valores.
O Município de Almada deve assumir como preferencial a valorização social e a qualidade de vida dos mais velhos. Em particular, dever-se-ão ter em conta os idosos sozinhos e de baixos rendimentos. É em prol de uma comunidade mais humana que faz sentido orientar um esforço orçamental prioritário e viável.
Face ao considerado, a Assembleia Municipal de Almada, reunida a 27 de Abril de 2011, delibera que a Câmara Municipal de Almada, em articulação com as instituições existentes no concelho, crie o Programa Municipal para os Idosos, com vista ao reforço e à promoção das seguintes linhas de acção:
i. apoio domiciliário de higiene e alimentação;
ii. serviço de refeições completas a custo controlado;
iii. assistência de enfermagem no domicílio e serviço de aquisição de medicamentos;
iv. assistência energética e de climatização;
v. apoio doméstico para pequenas reparações;
vi. parcerias de voluntariado com escolas para companhia a idosos e transporte de compras;
vii. assistência jurídica;
viii. apoio em transportes e acompanhamento ao exterior;
ix. formação cultural e encontros educacionais;
x. actividades profissionais/ocupacionais;
xi. programas de voluntariado e participação social para idosos.
3 comentários:
Uma vergonha este PC
E tanto gostam eles de encher a boca de palavras vãs...
Como os valores de Abril onde a solidariedade é, apenas, uma vaga ideia e serve de bandeira mas apenas quano dá jeito (ir em busca de votos em época eleitoral).
E a falta de coerência é tamanha que nem se apercebem da incoerência dos seus actos.
Como a da moção aprovada na Assembleia de Freguesia de Cacilhas por unanimidade, inclundo a CDU... e porque a "dona" disse que não! lá tiveram de, na Assembleia Municipal, votar contra.
Francamente. São atitudes destas que tiram toda a dignidade ao poder local democrático e contribuem para que cada vez mais a população pense que os políticos não são de confiança.
Bela imagem se deu aos alunos de Ciência Política presentes na sala, sim senhora.
Qual Joana d Arq só ela é a porta bandeiras.
As outras bandeirinhas para ela e para a CDU não existem.
A forma exaltada como vêem a sua missão não aceitam outras vozes-
Mas isso é comum nos nossos partidos: interna e externamente dificilmente as sugestões (moções) são aceites.
Na não aceitação do pensamento do outro só vejo sinal de fraqueza e desejo de mando absoluto.
O desejo de domínio (ditadura) mora em muitos líderes que destroem tudo quanto não surja das suas iluminadas cabeças em nome da coerência.
Desengane-se, Dr. Fernando Pena, eles não irão votar as suas propostas como o Sr. não vai votar as deles se alguma vez tiver a maioria absoluta.
Para meu espanto vi um independente do grupo parlamentar da CDU votar a favor de uma moção do PS, tendo um elemento da CDU votado contra e os restantes absterem~se.
Provavelmente nas próximas eleições o independente já não constará da lista da CDU.
Sendo o CDS e o Dr. Pena o continuador do espírito caritativo democrata cristão que era aceite antes do 25 de Abril, não irão nunca aceitar as suas propostas.
Uma vitória conseguiram introduzindo a divisão no pequeno grupo parlamentar (2).
Explique-nos como estão superando as divergências, se não for querer saber demais do que se passa no CDS local.
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