domingo, 3 de março de 2013

A propósito dos contentores na Trafaria

Foi inconsistente o debate e bizarra a votação das moções sobre o terminal de contentores na Trafaria, na última Assembleia Municipal.

Comecemos pela votação. A maioria comunista diz que está contra esse projecto. Porém, na sua cegueira facciosa, conseguiu chumbar o texto do PSD que era frontalmente contra a instalação dos contentores.

No debate, ouvimos a Presidente da Câmara clamar contra o crime ambiental e paisagístico, enchendo a boca com «biodiversidades» e quejandos. Conhecendo os inúmeros casos de total desrespeito pelo território, pelo património natural e pela paisagem que a Câmara de Almada perpretou, tudo aquilo soou a falso.

Veremos se, no futuro, a Câmara Municipal não vai trocar a sua posição por quaisquer contrapartidas, de preferência que potenciem a especulação imobiliária. Afinal, sobre a Trafaria, o que mais ouvi a Presidente repetir ao longo dos anos foi a vontade de ver levantada a protecção sobre os solos em Reserva Ecológica...

Quando a maioria comunista em Almada fala de preocupações ambientais e de património paisagístico, acredita de forma indecorosa na falta de memória dos cidadãos. Foi esta maioria que escolheu, em sede de PDM, o betão como desígnio do concelho. É esta maioria que ainda não desistiu de ER 377-2, a estrada da vergonha. É esta maioria que engana os almadenses com a necessidade de construir em Reserva Agrícola, Reserva Ecológica, Reserva Botânica e Paisagem Protegida.

Sim, sempre estive contra essa ideia peregrina de despejar contentores numa zona de paisagem e história privilegiada. Não acredito nesse modelo de desenvolvimento para a Trafaria. Mas não apago o desastre territorial que é a região, entregue a décadas de esquecimento da maioria comunista. Bairros de lata, património histórico em ruinas, desordem urbanística... Ah! Temos o passeio ribeirinho, com a tontice das palmeiras raquíticas. 

Muito menos aceito aprovar textos que, a propósito do terminal de contentores, acrescentam deliberações sobre o Polis, um programa incompetente que estourou com o dinheiro dos contribuintes, e que a maioria CDU resolveu atrelar ao texto sobre a Trafaria.

O Polis é um buraco financeiro, com os resultados medíocres bem à vista. Um desfile de incompetência e dinheiro perdido. Que interesses defende a maioria que insiste neste nado-morto?

1 comentário:

Anónimo disse...

Haja alguém a dizer umas verdades sobre o Pólis da Costa, porque ainda não percebi a que bolsos foi ter o dinheiro gasto para tão más obras.