sábado, 9 de março de 2013

Conta-me como foi (parte 2)

Em fase final de mandato, é altura de prestar contas. Para isso, vale a pena recordar o compromisso assumido com os almadenses em 2009. Do Programa Eleitoral, o enquadramento do contexto das cidades no mundo.


«A economia mundial enfrenta desafios ímpares, muitos deles provenientes da abertura dos mercados e da revolução nas tecnologias de informação e comunicação. A competitividade, a descentralização e a especialização —centrada com frequência em elementos regionais e locais— são acompanhadas pela profusão de novas ideias, disponíveis com grande rapidez neste mundo global.

O fluxo de produtos, capital e ideias é hoje flexível e dinâmico e tem consequências imediatas na realidade sócio-económica. A competição intensa, a emergente necessidade de soluções criativas, a expansão mundial dos mercados e o permanente desenvolvimento tecnológico exigem uma visão inovadora do desenvolvimento local e o estabelecimento de um novo paradigma urbano.

O processo de globalização é acompanhado de um acentuado processo de urbanização. Em poucos anos uma grande maioria da população mundial viverá em cidades. O rápido desenvolvimento das tecnologias da informação acelera um processo de crescente participação e importância das metrópoles para se tornarem centros de inovação, núcleos de mercado e pólos de educação, formação e investigação, cuidados de saúde, transporte, arte, turismo e ócio, com grande potencial de geração de riqueza.

A proximidade ao cidadão e a flexibilidade da cidade são vantagens que devem ser aproveitadas para resolver problemas e utilizar eficazmente os recursos e as oportunidades em benefício dos que nela vivem.

Com a globalização surgiu um novo processo de crescimento das cidades. A visão provinciana da economia local e o ordenamento do território fundado na realidade de há 30 anos não são compatíveis com a necessidade de cidades dinâmicas, vivas, competitivas. Que sejam vibrantes centros de mercado, fundados no conhecimento, na educação qualificada, na integração social, na oferta cultural, na prestação de serviços eficientes, na qualificação ambiental e paisagística.

As cidades que hoje se assumem com líderes mundiais florescentes têm características comuns que importa relevar:

a) A colaboração intensa e sem complexos entre os sectores público e privado, com a participação empenhada da comunidade.

b) O investimento sério na regeneração ambiental e urbana.

c) A capacidade de inovação em resposta a novas exigências.

d) A criação de um modelo de desenvolvimento centrado nas pessoas e na sua valorização intelectual, cultural, técnica, familiar, ética e cívica.

Se Almada quer acompanhar este desafio do século XXI, não pode persistir num modelo que se sustenta na lógica do betão, na degradação da paisagem, na impermeabilização cega dos solos, na desertificação das ruas, na ausência de padrões urbanísticos de qualidade, na capitulação perante o vandalismo e o crime, num quotidiano de gestão contra os cidadãos, numa rede de dependências que paralisam a livre iniciativa.

Cada vez mais e com maior intensidade as cidades competem por encontrar um lugar privilegiado que lhes permita melhorar o nível de vida dos seus cidadãos, sendo fundamental para isso o valor acrescentado aos produtos e serviços oferecidos pelo conhecimento que incorporam.

A cidade tem de assumir-se como motor de progresso, bem-estar e criatividade, que possa encarnar na paisagem, nos espaços verdes, na arquitectura, no espaço público, na arte, no lazer, no comércio, nos transportes e nas escolas as lídimas aspirações dos seus cidadãos, que com ela se identificam e comprometem.»

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