sábado, 25 de junho de 2011

E agora?

Do blog EMALMADA extraio um texto muito pertinente. As perguntas são cruas e directas. Não admitem respostas ambíguas. Os cidadãos de bem aguardam-nas.



SALVAÇÃO OU ENTERRO DEFINITIVO DAS "TERRAS DA COSTA"?

Em...Almada, na Costa da Caparica, espera-se agora o empenho do CDS-PP, já que está no Governo, com Paulo Portas em Ministro dos Negócios Estrangeiros; com a Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Território, do CDS-PP; com Nuno Magalhães líder da Bancada Parlamentar do CDS-PP, a resolução do problema da "ER 377-2/Terras da Costa" a bem dos agricultores, defesa do património ambiental, da Costa da Caparica e do que é da população, retirando a estrada das terras agrícolas, em detrimento das negociatas imobiliárias, especulação de solos para construção e da vontade insensata da Presidente da Câmara Municipal de Almada que apostou na destruição daqueles solos agrícolas.

Espera-se que a ER-377-2 não seja construída nas Terras de Cultura agrícola da Costa da Caparica. Espera-se pois que o CDS cumpra o que prometeu à população e defenda o interesse público, apesar de o Presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, defensor da destruição das Terras da Costa, tratar por tu o actual 1º Ministro e da presidente da Câmara ser uma "exímia defensora" do ambiente.

Será que vão dizer que já não há nada a fazer porque os compromissos assumidos pelo anterior governo PS ou coligação PS-PSD-CDU/PCP-BE-CMA para destruir as Terras da Costa é para cumprir?

Vamos ter mais do mesmo?

O eterno sacrifício das populações e das gentes em nome do "superior interesse público" e "defesa do bom nome do Estado", como pessoa de bem, cumpridora dos compromissos assumidos, só com alguns, sempre os mesmos, os especuladores, os senhores da construção e do grande capital (como dizem os comunistas quando lhes interessa)?

Vamos ter as "Terras da Costa" destruídas para "salvação da pátria" e continuação de negociatas, agora sob versão de outros novos poderosos e sábios, perfeitamente convertidos a "uma verdade" que desconheciam?

terça-feira, 21 de junho de 2011

O poder dos bobos

João César das Neves
DN 20/6/2011

Fala-se muito da influência de filmes, canções, videojogos, publicidade, romances e outras ficções na nossa vida. Hoje a opinião mediática despreza e ridiculariza as referências morais tradicionais - pais, professores, sacerdotes, chefes e responsáveis - enquanto exalta as opiniões de artistas, bandas de música, comediantes e celebridades.


O poder da imagem parece crescente. Foi a 30 de Outubro de 1938 que Orson Welles e o Mercury Theatre on the Air criaram um pânico nos EUA com a emissão radiofónica da novela de H. G. Wells A Guerra dos Mundos de 1898. Também o telefilme O Dia Seguinte, de Nicholas Meyer, emitido a 20 de Novembro de 1983 na ABC, visto por mais de cem milhões de pessoas nessa data, gerou uma depressão nacional com a descrição vívida dos efeitos de um ataque nuclear.


Atracção Fatal, de Adrian Lyne (1987), com Michael Douglas e Glenn Close, teve forte impacto nos hábitos pessoais ao mostrar violência na infidelidade conjugal. Desde 1988, Les Guignols de l'info, do Canal+, e desde 1999 o Daily Show da Comedy Central, com Jon Stewart, afectam a vida política francesa e norte-americana.

Para lá destes casos pontuais, será que as séries, filmes e canções que hoje nos inundam a vida moldam o nosso comportamento? Se o fazem, não será para o bem. As preocupações oficiais com a moralidade nos filmes perderam-se nos anos 1960, passando a liberdade de expressão a critério ético absoluto, acima de todos os valores.


Como os bons exemplos e temas educativos não criam emoção, cinema e televisão entraram numa espiral imparável de crime, vício, erotismo e aberração. Tem graça que os jornais, que mais apregoam essa influência, sejam os primeiros a declarar a inocência do espectáculo quando se verificam consequências nefastas. Fica-se sem se saber se afinal tem efeitos ou não.


De facto, em grande medida, tudo não passa de uma ficção, criada no ecrã e alimentada pela imprensa. Todos aprendemos desde crianças a distinguir a vida real dos filmes, onde os coelhos sobrevivem a quedas do telhado e no fim todos vivem felizes para sempre.


Efeitos comprovados da suposta influência são escassos. É verdade que o meio do espectáculo costuma ser de Esquerda, com ideologias mais românticas e fotogénicas, mas isso não explica a vida política das últimas décadas. Aliás, os principais actores eleitos nos EUA, Ronald Reagan e Arnold Schwarzenegger, foram republicanos.


Desde Plauto e Molière o efeito é nos costumes. A promoção de aborto, divórcio, promiscuidade e pornografia tem no espectáculo sólidos aliados. A enorme campanha à volta do casamento homossexual deve-se à influência dos artistas, principal meio poderoso e endinheirado onde essa orientação domina. Assim se entende que uma questão que interessa apenas a ínfima minoria, com implicações só na imagem, consiga mudar em poucos anos as regras seculares das sociedades. O suicídio colectivo do Ocidente por destruição da família sustenta-se por este meio.


Esse poder traz horríveis efeitos sobre os próprios. O filme Sunset Boulevard, de Billy Wilder (1950), com William Holden, Gloria Swanson e Erich von Stroheim, revelou a miséria humana escondida atrás do brilho de figurinos e cenários. O mundo da fama efémera será sempre falso e abusador, quando não corrupto e criminoso.


Resistimos a esse poder não entrando no enredo. A Forbes Magazine declarou a 18 de Maio Lady Gaga a celebridade mais poderosa do ano. Elton John, de 64 anos, e o seu parceiro David Furnish, de 48, foram nomeados candidatos ao prémio de Pai do Ano pela The Premier Inn Celebrity, devido ao bebé nascido há cinco meses de barriga de aluguer. Que significa isto? Nada. Meros truques mediáticos que escondem mal a miséria de pessoas infelizes, embriagadas ou sacrificadas à imagem.


O poder da ficção é grande, mas somos livres de lhe resistir como a qualquer um que nos queiram impor. Más influências sempre houve, como sempre existiu a capacidade de as enfrentar seguindo as tradições e referências morais. Só os tolos tomam os bobos como referências de vida.

sábado, 18 de junho de 2011

Almada. Portugal. Século XXI.

Sr. Presidente, Srs. Deputados Municipais,

Público, trabalhadores da Autarquia e Comunicação Social

Muito Boa Noite a todos!

Conforme foi trazido ao vosso conhecimento no dia 17 de Dezembro do ano passado, pela denúncia pública aqui feita por uma cidadã de Almada, o meu Pai, Eng. Jorge Abreu está a ser vítima de intolerável e vergonhoso “mobbing” desde há cerca de 15 meses, por parte dos SMAS de Almada.

Inúmeras têm sido as situações discriminatórias e lesivas que alguns dirigentes dos SMAS têm vindo a praticar contra os direitos de um trabalhador cuja carreira de Engenheiro inscrito na respectiva Ordem já conta com mais de 35 anos.

Tanto se dizem defensores dos direitos de quem trabalha, tanto proclamam pela igualdade de tratamento, tanto levantam a voz para defender os trabalhadores por conta dos outros, que não deixam de ser chocantes os mal tratos que praticam dentro de portas. Sou estudante de Administração Pública da Universidade Técnica e venho aqui hoje denunciar apenas duas das muitas irregularidades que estes senhores disfarçados de democratas praticam ao arrepio da legalidade:

1.ª Irregularidade:
Os SMAS entregaram ao trabalhador, o Sr. meu Pai, o documento com selo branco para declaração do seu IRS às Finanças. Ora esse documento é substancialmente diferente do Modelo 10 entregue pelos SMAS à Administração Fiscal, o que impossibilita a aceitação da declaração do IRS da minha Família, dados os desvios entre os dois documentos. Claro que esta situação prejudica gravemente o trabalhador, por manipulação dos dados em seu desfavor.

E não podem alegar os SMAS um qualquer engano, porque essa é uma prática recorrente para certos trabalhadores, a quem os SMAS fazem entrega de valores por conta de anos anteriores. Confrontados os Serviços, dizem sempre que são apenas enganos.
Estranho é enganarem-se tanto, sempre e só em prejuízo do mesmo trabalhador!

Aliás, como estudante de finanças públicas, considero anormal a ocorrência de tantos pagamentos por conta de anos anteriores, principalmente aos trabalhadores mais antigos nos SMAS. Penso que os Srs. Deputados deveriam procurar apurar o que se passa nesta matéria. Curiosamente, aquilo que tão bem sabem fazer em grandes quantidades aos trabalhadores “amigos”, deixam de saber fazer quando é um Tribunal a mandar processar.

2.ª Irregularidade:
Concorreu o meu Pai a um Concurso Público para um lugar de dirigente nos SMAS para o qual era condição necessária Licenciatura em Engenharia Mecânica, conforme se pode ler na descrição do lugar. Concorreu e foi seleccionado para o lugar um Engenheiro Electromecânico, conforme se dizia na sua entrada para o Quadro, em D.R. n.º 299/2003, de 29 de Dezembro. Este mesmo Senhor “travestiu-se” de Eng. Mecânico, para agora ganhar este Concurso, conforme se pode ler no Diário da República n.º 112/2011, de 9 de Junho.

Em resumo,

- em 2003 para entrar para a Câmara de Almada, era Electromecânico;
- em 2011, para responder a este Concurso dava mais jeito ser Mecânico,
como se habilitação académica fosse moldável a gosto…

Esta situação contém em si, várias curiosidades:

1. Ainda este seleccionado não tinha nascido e já o meu Pai era Eng. Mecânico e trabalhava como tal. Quase dez anos antes de ele nascer, já o meu Pai trabalhava em Mecânica de automóveis, aspecto curricular que visava o Concurso. Mais de um ano antes do seleccionado iniciar a sua carreira profissional, já o meu Pai trabalhava nos SMAS. Acho que bastará para análise comparativa das experiências profissionais…

2. O Júri encarregue desta selecção não contém nenhum Engenheiro, embora figurasse na Bolsa de Emprego Público, o título de Eng. no nome de um dos seus elementos, o Sr. Ramiro Norberto, em flagrante violação do preceituado no art.º 3.º do Dec. Lei 119/92, publicado em Diário da República n.º 148, de 30 de Junho de 1992, e que aqui reproduzo:

“A atribuição do título, o seu uso e o exercício da profissão de Engenheiro dependem de inscrição como membro efectivo da Ordem”.

E como pode acontecer uma entrevista de selecção de um Eng. Mecânico, sem estar presente um entrevistador, profissional dessa especialidade?

3. O mesmo se aplica ao candidato seleccionado, pois também ele não se encontra inscrito na Ordem dos Engenheiros, apesar de fazer uso do respectivo e título e exercício, conforme se pode ler no Diário da República 84/2011, de 2 de Maio, o que também neste caso, prefigura usurpação de funções, com arrogo do título.

Como conclusão, na minha qualidade de cidadã munícipe de Almada, denuncio as práticas de descriminação, atropelo aos direitos do trabalhador e usurpação de funções com arrogo de título, no desrespeito da profissão de Engenheiro.

Tudo misturam, tudo manipulam, tudo desrespeitam, sempre para espezinhar quem não lhes interessa, promovendo e beneficiando exclusivamente os amigos e familiares, nem que para isso fiquem fora da Lei, e sejam depois condenados pelos Tribunais, como vem acontecendo.

Acerca destas irregularidades, que têm a dizer os Srs. Deputados Municipais eleitos?
Muitas mais existem e só não as denuncio agora porque o tempo do cidadão aqui é limitado.

Obrigada pela vossa atenção. Ao dispor para fazer prova detalhada do que aqui denunciei.

Aos Srs. Vereadores da maioria, apenas peço que façam com que deixem de desestabilizar a qualidade de vida da minha Família, parem de a prejudicar economicamente, deixem que eu e a minha irmã cresçamos em democracia e liberdade.

Maria Inês Alves Pereira de Abreu,

Munícipe filha de trabalhador vítima de “mobbing” por parte dos SMAS de Almada

quarta-feira, 1 de junho de 2011

PORTUGAL