sábado, 5 de fevereiro de 2011

Quem cala consente?

Perguntas colocadas pelo CDS à Presidente da Câmara Municipal de Almada na Assembleia Municipal Extraordinária de 4 de Fevereiro:

1-Senhora Presidente, confirma que houve buscas da Polícia Judiciária às instalações dos SMAS no passado dia 13 de Janeiro?

2- Senhora Presidente, confirma que se deslocaram às instalações dos SMAS 14 inspectores da Polícia Judicária?

3- Senhora Presidente, confirma que houve a apreensão de documentos relacionados com processos de admissão de pessoal e aquisição de bens e serviços?

4- Senhora Presidente, reconhece a prática de crimes de favorecimento de pessoas e empresas e enriquecimento ilícito de familiares de autarcas?

5- Senhora Presidente, subscreve a classificação de «normal» a esta acção da Polícia Judiciária?

6- Senhora Presidente, confirma que foi interrogada no dia 1 de Fevereiro pela Polícia Judiciária?

A Presidente Maria Emília não cumpriu o seu dever de esclarecer a Assembleia e os cidadãos de Almada perante notícias tão inquietantes. Antes, enveredou por uma teoria de conspiração histriónica e lançou acusações de «complô organizado», «terrorismo político» e «acto antidemocrático».

A degradação da vida política no concelho é cada vez mais preocupante, e só surpreende a passividade quase patética de uma oposição anestesiada ou comprometida.






4 comentários:

Lincoln disse...

Não se conforma com o trabalho feito por esta Câmara? Esquece o que era Almada há 30 anos?

Fernando Sousa da Pena disse...

Não, não esqueço. Mas posso devolver a pergunta: já viu o que era qualquer cidade portuguesa há 30 anos?

Acho que houve erros de planeamento muito graves - leia o nosso programa eleitoral, sobretudo na gestão dos solos e da paisagem, e hoje Almada é um concelho rendido ao betão. Mas ainda que o trabalho fosse meritório, isso não dá direito a cometer graves irregularidades.

A máquina autárquica não pode ser uma coutada dos interesses de um partido e dos seus clientes.

Se há suspeitas de crimes, o meu dever é pedir esclarecimentos à Presidente da Câmara. Não a acusei de nada, apenas lhe fiz perguntas.

A resposta descontrolada talvez mostre que as investigações da PJ fazem sentido...

Anónimo disse...

Eu não me conformo com o trabalho feito por esta camara, não me conformo com a destruição dos jardins de Almada, com o corte de centenas de arvores que faziam as ruas frescas no Verão, com a destruição de escolas por onde passaram gerações de Almadenses, com a destruição e desertificação da cidade no seu centro, não me conformo com o abandono de Almada Velha, não me conformo com a deslocalização dos serviços para a periferia, não me conformo com os obstáculos que a camara põe ás empresas e empresários, não me conformo com a guarda pretoriana que expulsa os cidadãos da cidade, não me conformo com o aproveitamento pessoal que é feito por eleitos da cdu para se governarem luxuosamente, não me conformo com a facilidade que um familiar tem em ganhar concursos de admissão para a autarquia, não me conformo com decisões prepotentes que não aceitam propostas diferentes das apresentadas, não me conformo!
Almada, trinta anos antes, tinha uma densidade empresarial das mais altas do País, os operários eram dos mais bem pagos do País, o comércio não tinha mãos a medir, o planeamento urbano incluia espaços verdes em todas as urbanizações, as ruas e avenidas eram traçadas para o futuro, largas e com passeios sem obstaculos, existia uma cintura urbana que definia a cidade do campo e a agricultura era uma actividade que não era perseguida, as casas estavam cheias de gente e hoje vazias e abandonadas, a caír por serem mais dificeis as licenças que as obras própriamente ditas, à trinta anos, a cidade era dos cidadãos, hoje a cidade, é da cdu!
Oliveira

Fernando Sousa da Pena disse...

Elevadíssima intervenção, caro Oliveira.